Arte: Ralfe Braga |
O
passarinho diria que o SOM é a primeira manifestação da arte, enquanto o seu
voo, em movimento, como numa coreografia de balé sobre as pontas de dedos sensíveis
e graciosos se apresentaria como a segunda expressão da arte. Certamente o
poeta irá concordar, o verbo idem, a palavra em literatura, a arte pictórica, o
teatro e o cinema também se renderiam... Tudo bem, tudo certo.
Sublime
mesmo seria se, enquanto seres singulares e transformadores que somos, nos
déssemos conta de que todos esses encantamentos se resumem ao SENTIMENTO e que
tudo está intrinsecamente ligado como irmãos, apegados uns aos outros em
perfeita compaixão. Então que venham todas essas sensações, venham de onde
vierem, em qualquer grau e ordem. Serão sempre bem vindas. Simples assim.
E
como o passarinho, também tente voar sobre sua morada, o pedaço que lhe cabe
nesta Gaia Mãe Terra, do alto verás um imenso tapete em tons de verde com
linhas sinuosas que desenham rios em veias a irrigar tão bela, porém frágil
peça traçada em pontos de ecossistemas, onde não existe horizonte e só é
permitido pisar com os pés e alma limpas e mais ainda; onde se pode ouvir em
silêncio o silêncio. Sim, ouvir o silêncio do imponente rio, seus ribeirinhos e
barquinhos, do índio na mais perfeita sociedade, da cachoeira, do vento nas
árvores e de seus habitantes naturais; tudo num festival de timbres a soar em
musicalidade nos premiando, mais uma vez, com a cobertura do SENTIMENTO que
aquecerá o arrepio do pertencimento e do privilégio em viver aqui ouvindo o som
da grande floresta e seu majestoso rio que, generosamente, nos dão guarida,
alimento e inspiração. Então venham todos e nos façam companhia nesse plano de
voo. Juntos ouviremos em silêncio o som da natureza, o mais puro e perfeito
CANTO DA AMAZÔNIA.
Ralfe Braga
Artista Plástico
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